Petra jamais imaginou que um momento de crise pudesse levar sua vida a um ponto tão assustador quanto aquele. A descoberta de que o homem que a abusou na infância estava ali, diante dela, despertou uma angústia e uma ira incontroláveis. Em um ato impulsivo, ela pegou um revólver e disparou, visando o criminoso que lhe causou tanto sofrimento. Entretanto, o destino reservou uma cruel ironia: o tiro acertou em cheio o pé de Hélio, que estava no lugar errado, na hora errada.
O desespero tomou conta de Petra no momento em que se viu diante das consequências de suas ações. A imagem do engenheiro sendo levado para o hospital, sentindo uma dor intensa, ficou gravada em sua mente. Ela sabia que era culpada, que tinha sido a responsável por colocar a vida de Hélio em perigo. A culpa a corroía, fazendo com que a agrônoma se sentisse a pior das pessoas.
Movida pelo arrependimento e pela necessidade de pedir perdão, Petra foi ao encontro de Hélio no hospital. Lá, implorou pelo seu perdão, ciente de que suas palavras não seriam suficientes para desfazer o sofrimento causado. No entanto, para sua surpresa, Hélio demonstrou uma compreensão inesperada. Ele compreendeu a dor e o desespero que Petra estava passando, pois também havia sido vítima de um crime similar no passado.
Em um gesto magnânimo, Hélio decidiu proteger Petra, mentindo para a polícia sobre o ocorrido. Ele sabia que a agrônoma já estava sofrendo o suficiente com a culpa e não merecia ser presa por um ato cometido em um momento de extrema agonia. A atitude de Hélio mostrou seu caráter nobre e sua capacidade de perdoar, mesmo diante de uma situação tão grave.
A partir desse momento, Petra e Hélio desenvolveram uma relação de cumplicidade e compreensão. Ambos tem seus próprios traumas e juntos encontraram forças para enfrentar seus demônios internos.