curiosidade inusitada pela vida religiosa, fazendo-o cogitar seguir os passos do amigo e se tornar um pastor. A possibilidade de acompanhar o Pastor em suas visitas às fazendas da região soa como uma nova chance de recomeçar, de encontrar um propósito e um caminho a seguir.
No entanto, a mente de Tião não para por aí. Ele também se encanta com a ideia de viver em uma aldeia indígena, acreditando que lá encontrará o seu tão sonhado pedacinho de chão. A possibilidade de se tornar um garimpeiro e encontrar uma nova forma de sustento mexe com os seus pensamentos e o faz sonhar alto.
Mas é justamente a reação de Joaninha, sua esposa, que o traz de volta à realidade. A preocupação e o espanto nos olhos da jovem mulher revelam o quão distantes estão as fantasias de Tião da dura realidade que enfrentam.
Joaninha, com sua sensatez e preocupação genuína pelo bem-estar da família, orienta Tião a deixar de lado esses devaneios e focar em soluções mais viáveis. Sugerindo que ele procure emprego na fazenda de João Pedro, ela tenta direcionar o marido para um caminho mais seguro, mais estável.
A vida de sonhos e aventuras pode parecer tentadora, mas a necessidade de garantir o sustento da família fala mais alto e exige medidas práticas e realistas.
Assim, Tião se vê diante de um dilema: entre seguir suas ambições e desejos mais profundos, ou ceder à pressão e responsabilidade de prover o necessário para sua família. A dualidade entre sonho e realidade, entre o desconhecido e o seguro, o faz questionar suas escolhas e seus desejos mais íntimos.
E, antes de ter um final trágico e morrer na cadeia no meio desse turbilhão de pensamentos e emoções, Tião Galinha segue sua jornada, em busca de respostas, de soluções e, quem sabe, de um recomeço que traga luz ao seu caminho sombrio.
