José Augusto toma a iniciativa de explicar a condição de Buba para José Inocêncio. “A Buba não é homem. É ela. Gênero feminino. A Buba é uma mulher como outra qualquer,” afirma o médico com firmeza, ressaltando que Buba já enfrentou e continua enfrentando muita discriminação. José Inocêncio, inicialmente, se sente traído e enganado. A ideia de que Buba, que ele considerava parte da família, não corresponde à sua concepção tradicional de gênero, o enfurece. Ele se recusa a aceitar a realidade e faz comentários carregados de preconceito. No entanto, José Augusto não se deixa intimidar pela reação do pai. Ele continua a explicar com paciência e determinação, tentando fazer o coronel entender a verdadeira essência de Buba e a discriminação que pessoas trans enfrentam diariamente.
Com o tempo, a intensidade da raiva de José Inocêncio começa a diminuir. Ele percebe que seu comportamento está causando vergonha e colocando em risco a harmonia familiar. O preconceito que ele expressa publicamente começa a ser malvisto, até por aqueles que, inicialmente, poderiam compartilhar de suas visões tradicionais. A força e a dignidade com que Buba enfrenta a situação também influenciam sua mudança de perspectiva.
Eventualmente, José Inocêncio permite que Buba continue vivendo em sua casa. A condição de Buba, que antes era um ponto de discórdia, começa a ser vista sob uma nova luz. O coronel, embora ainda não compreenda completamente, aprende a aceitar a nora e, com o passar do tempo, a questão de sua identidade de gênero deixa de ser um tema de conflito. Ele vê em Buba não apenas a identidade que inicialmente o chocou, mas a pessoa que ela é – forte, corajosa e amada por seu filho.
A trama de “Renascer” destaca a possibilidade de transformação e aceitação, mesmo em meio a preconceitos profundamente enraizados. José Inocêncio, um homem que começa com uma visão estreita e preconceituosa, gradualmente aprende a aceitar e respeitar Buba, ilustrando uma jornada de crescimento pessoal e compreensão. Esse arco narrativo sublinha a importância do amor e da aceitação incondicional na superação do preconceito, oferecendo uma mensagem poderosa sobre inclusão e respeito.