Sustentabilidade será cada vez mais cobrada para concessão de investimentos e financiamentos agrícolas.
O ESG já está em processo de consolidação nas grandes companhias exportadoras, cientes de que boas práticas ambientais, sociais e de governança se tornaram um diferencial competitivo. A sigla, em inglês, significa Environmental, Social and corporate Governance, algo como melhores práticas ambientais, sociais e de governança em português.
“Os riscos socioambientais serão cada vez mais relevantes para a liberação de financiamentos, cruciais para a sobrevivência dos negócios dos pequenos produtores, seja para realizar investimentos nas propriedades, seja para a aquisição de insumos”, afirma o advogado e mentor jurídico de empresas André Aléxis de Almeida.
O Banco Central (BC) já anunciou a criação de critérios para concessão de empréstimos a agricultores e pecuaristas sob operações sustentáveis dos pontos de vista social, ambiental e climático. Ainda, até o fim do ano, o órgão vai incluir critérios de sustentabilidade para seleção de contrapartes na gestão das reservas internacionais e para a seleção de investimentos.
O desmatamento ilegal do país impulsiona o setor de bancos privados a redobrar a preocupação ambiental nas análises de risco de crédito.
Além disso, agências têm aumentado suas linhas de financiamentos voltadas para pessoas físicas e jurídicas cujos negócios implementem medidas que têm como objetivo promover uma economia mais inclusiva e de baixo carbono.
“Importante ressaltar, contudo, que a preocupação com o meio-ambiente é apenas um dos pilares do ESG. De nada adianta o negócio ter boas práticas ambientais e estar envolvido com algum nível de corrupção ou não assinar a Carteira de Trabalho dos funcionários, por exemplo. É preciso que haja uma visão global do que significa ESG e que a empresa esteja mesmo preocupada. Mais do que parecer, é preciso, efetivamente, ser”, diz o advogado.