Sustentabilidade e protagonismo do produtor moldam discussões na Abertura Nacional do Plantio da Soja


“O produtor brasileiro tem a agricultura mais sustentável do mundo, sem dúvidas. Produzimos soja com responsabilidade de norte a sul, de oeste a leste. Temos de mostrar ao mundo que não temos culpa sobre os problemas ambientais existentes no país. Se não tivéssemos aderido às novas tecnologias proporcionadas pela pesquisa, teríamos de usar 30 vezes mais produtos químicos na lavoura do que utilizamos hoje”, afirma o presidente da Aprosoja-SC durante a Abertura Nacional do Plantio de Soja, realizado pelo Canal Rural em parceria com a Aprosoja.

Também presente no evento, que acontece nesta quinta-feira, transmitido ao vivo pela TV, site e mídias sociais, o produtor rural Lucas Almeida Chiocca cultiva soja na Fazenda Ipê desde 1977 e, nesta próxima safra, pretende plantar o grão em dois mil hectares. “Temos a agricultura mais sustentável do mundo, sem dúvidas. Máquinas eficientes, uso racional do fertilizante, do químico, para garantir as próximas gerações da agricultura com muita responsabilidade”, enfatiza.

Já o produtor Riscala Miguel Fadel Júnior possui 450 hectares de área em sua fazenda Cervo e cultiva a oleaginosa em 250 hectares desde 1985. “O maior interessado em preservar o meio ambiente é o agricultor. Ele precisa de fertilidade alta, de nascentes bem preservadas, de abelhas para polinizar suas lavouras. Temos de deixar um legado para nossos filhos e netos porque eles vão continuar a lavoura. Falar em agronegócio sem citar o Brasil é impossível. Conseguimos produzir alimentos de forma sustentável, preservando o meio ambiente”, enfatiza.

Segundo ele, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), afirma que o planeta terá de aumentar a produção de alimentos em 70% para alimentar toda a população. “O Brasil é o único país que pode aumentar a produção sem agredir o meio ambiente”, considera.

Selo Verde e sustentabilidade

O pesquisador da Embrapa Soja, Henrique Debiasi, enfatizou durante a Abertura Nacional do Plantio que as tecnologias como o sistema de plantio direto; a fixação biológica de nitrogênio no solo; integração lavoura-pecuária-floresta; o manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas; e o desenvolvimento de cultivares mais resistentes a doenças proporcionaram aumento da produtividade da soja, o que, por si só, já é um indicador de sustentabilidade.

Debiasi ainda anunciou que Embrapa Soja trabalha na marca conceito Baixo Carbono, um selo atribuído à toda soja produzida com o uso de boas práticas de manejo que reduzam as emissões de CO2 na atmosfera sem impactar na produtividade. “Será voluntário, ou seja, ninguém será obrigado a aderir. Envolverá um protocolo que permitirá mensurar, reportar e verificar o quanto as tecnologias empenhadas pelo produtor reduzem impactos ambientais e será certificado por organismo independente, de terceira parte”, explica.

De acordo com ele, se na década de 1970 o Brasil tivesse a mesma produtividade de soja que possui hoje, o país precisaria de uma área de 71 milhões de hectares. “E onde estaria todo esse espaço? Provavelmente avançando em áreas de vegetação natural, com astronômico impacto ambiental. Além disso, o sistema de plantio direto e a fixação biológica de nitrogênio permitem a mitigação de gases do efeito estufa”, conta.

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