Para quem sofre de transtornos de saúde mental como ansiedade e depressão, ter opções de tratamento é uma forma mais eficaz de se cuidar. Por mais que os medicamentos tenham salvado a vida de muitas pessoas, há uma parcela em que os tratamentos nem sempre funcionam ou podem causar efeitos colaterais. Com isso, “um número crescente de pessoas que lutam contra a ansiedade e depressão está experimentando produtos de maconha para o controle dos sintomas”, explica um novo estudo, liderado pela neurocientista Erin Martin da Medical University of South Carolina.
Os resultados de estudos anteriores sobre maconha medicinal e depressão foram variáveis. Por exemplo, em 2019, um estudo ligou o uso da planta na adolescência com a depressão em adultos. No entanto, alguns componentes isolados ou sintéticos da cannabis mostraram uma redução de curto prazo na ansiedade. E por mais que ainda não tenham sido feitos estudos clínicos sobre os efeitos, as análises em camundongos são promissoras.
publicidade
Os pesquisadores usaram a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS) para analisar as experiências dos participantes, sendo que uma pontuação acima de oito indica preocupação clínica e pode chegar a 21. As pessoas que estavam ingerindo produtos de cannabis mostraram níveis mais baixos de depressão, mas não de ansiedade.
Leia mais:
Uma proporção maior daqueles que tomaram componentes da maconha também pontuou abaixo de 8 na HADS em relação aos controles. Os usuários relataram um sono melhor no último mês do que os controles e avaliaram sua qualidade de vida melhor.
“Embora não tenhamos observado nenhum efeito do uso de cannabis medicinal na ansiedade no início do estudo”, escreveu a equipe em seu novo artigo, complementando que “os participantes que iniciaram o uso de cannabis durante o período de acompanhamento relataram uma redução significativa na ansiedade.”
Além disso, eles descobriram que o efeito foi mais forte entre aqueles que usam produtos com maiores quantidades de canabidiol (CBD), em oposição ao tetrahidrocanabinol (THC), e não foi afetado por aqueles que também tomavam antidepressivos comuns.
“É possível que parte da melhora dos sintomas relatada por usuários de cannabis medicinal possa ser atribuída a um efeito de expectativa, especialmente em consideração às baixas doses diárias de CBD relatadas pelos participantes em relação às usadas em estudos clínicos anteriores , explicou o time de cientistas.
De acordo com eles, “da mesma forma, os controles eram pessoas que estavam considerando o uso de cannabis medicinal para tratar sua condição. Portanto, também não é surpreendente que as pessoas que acreditavam que a cannabis medicinal pudesse ajudar em sua condição o suficiente para iniciar o uso perceberiam um benefício substancial”.
Portanto, os resultados positivos como esse merecem mais investigação, principalmente se puderem ajudar aqueles que não querem ou não podem tomar antidepressivos. Ainda mais que com o avanço da maconha medicinal e o uso recreativo em diversos países, pesquisas como essa publicada na Frontiers in Psychiatry ganham mais notoriedade.
Fonte: Science Alert
Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!