‘Produtor rural será penalizado pelo momento da economia’, diz Daoud


Nesta terça-feira, 14, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que não vai mudar a política monetária a cada número novo de alta frequência de inflação que seja divulgado.

No entanto, deixou claro que a taxa básica de juros será levada aonde for preciso para alcançar a meta de inflação. “Vamos levar a Selic aonde precisar”, disse. Neste contexto, o presidente do BC citou os repasses feitos pela Petrobras no preço dos combustíveis.

Segundo o comentarista do Canal Rural, Miguel Daoud, Roberto Campo Neto deixou claro que vai aumentar os juros o quanto for necessário para combater a inflação. No entanto, por se tratar de uma inflação gerada pela desestruturação na cadeia de oferta, a medida pode não ser muito eficaz.

“Não é uma inflação gerada porque as pessoas estão consumindo. A cadeia está desestruturada. Para resolver, é preciso aumentar a oferta. E para aumentar a oferta, você precisa de uma taxa de juros equilibrada. É um processo muito delicado”, afirma.

Daoud disse o Brasil passa por um estagflação – quando a estagnação ou o declínio do nível de produção e emprego se combinam com uma inflação acelerada. “É um nome feio e não gostamos de falar, mas está aí”.

Neste cenário, explica o comentarista, o produtor rural será penalizado. “O produtor depende da taxa de juros, que vai aumentar. (…) Isso vai penalizar o setor produtivo e o consumidor também”.

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