‘Produtor não vai dar conta’


A Petrobras anunciou nesta terça, 29, o aumento no preço médio do óleo diesel nas refinarias em 8,9%, para R$ 3,06 o litro. Em Mato Grosso, o anúncio desagradou o setor produtivo e transportadores, que temem impactos significativos nos novos contratos de fretes no estado.

Nesta propriedade, no município de Paranatinga, a estimativa é de que mais de 20 mil litros de combustíveis sejam utilizados entre o plantio e a pré-colheita. O agricultor Robson Weber reclama do novo reajuste.

“É uma política de preço que não dá para entender nunca. Eu acho que o governo tem que intervir nisso aí. No preço que estamos praticando hoje aqui na fazenda, a soja não está acompanhando, o milho não está acompanhando, essas altas que está tendo no produto, isso está fora do comum, o produtor não vai dar conta”.

Em Brasnorte, no noroeste Mato Grosso, o setor produtivo também contesta a alta no preço do diesel e temem impactos significativos na rentabilidade da safra.

“Está insuportável, não dá mais. Constantemente a gente vem sendo surpreendido pelo aumento de combustível. Estamos aqui em uma linha de combate e não sabemos a quem recorrer, se procuramos governo do estado, se procuramos governo federal, é um colocando a culpa em cima do outro e produtor pagando toda essa conta, visto que até 50% de todo o custo do transporte está baseado em cima do óleo diesel”, relata o presidente do sindicato rural de Brasnorte, Cléber Santos.

Impactos da alta do diesel

Com o novo reajuste do óleo diesel que deve ser repassado na tabela dos novos contratos de frete, o setor de transportes de Brasnorte estima um impacto de quase 50% em despesas com combustíveis.

“Onde estão os nossos governantes? Todo mundo fazendo a política em cima da boa vizinhança, e nós aqui do Centro-Oeste transportando grãos e calcário para ajudar o produtor, aonde isso vai impactar, com certeza lá no final da linha, o produtor vai pagar a conta. Neste primeiro período os contratos que já temos prontos nós que vamos ter que arcar porque já fizemos compromissos, mas agora na renovação dos contratos de serviços vai aumentar o frete com certeza, porque a nossa parte já está esgotada não tem mais de onde tirar”, afirma o empresário do ramo de transportes Marcos Lisandro.

“O aumento do óleo diesel sempre impacta muito em todas as cadeias, principalmente na cadeia de produção e a agricultura e pecuária sofrem com isso. Os insumos encarecem então o custo de vida encarece. A gente sabe que a independência da Petrobras, do Banco Central é uma conquista, é divulgado como um ganho mas é um preço que a população está pagando, e a gente espera que isso se reverta o quanto antes”, diz o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Francisco de Castro.

 

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