Pandemia deixa 434 milhões crianças sem escolas no Sul da Ásia – Notícias







O fechamento de escolas por mais de um ano devido à pandemia de covid-19 privou cerca de 434 milhões de crianças da educação formal no Sul da Ásia, exacerbando “desigualdades alarmantes”, de acordo com um relatório publicado nesta quinta-feira (9) pelo Unicef.


Mesmo antes da pandemia, quase 60% das crianças no Sul da Ásia não liam ou entendiam um texto básico “aos 10 anos”, alerta o Fundo das Nações Unidas para a Infância, acrescentando que o longo fechamento dos estabelecimentos escolares desde o início da pandemia “criou uma situação que já era precária ainda pior”.


“As meninas e meninos de famílias mais desfavorecidas e aqueles com deficiências enfrentam maiores dificuldades em termos de ensino à distância”, indica a agência.


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Na Índia, 80% dos jovens com entre 14 e 18 anos entrevistados pelo Unicef relataram ter aprendido menos do que quando tinham aulas presenciais, observa o relatório.


E 42% das crianças de 6 a 13 anos consultadas afirmam não ter tido acesso à educação a distância.


Deepu Singh, um agricultor do estado de Jharkhand (leste), espera que as escolas reabram em breve para seus filhos. “O futuro deles está em jogo. Quero que eles vão à escola”, disse à AFP.







No Paquistão, 23% das crianças mais novas não têm acesso a nenhum dispositivo eletrônico para poderem ter uma educação a distância, segundo o relatório, que esclarece, no entanto, que quando têm um equipamento ao alcance, apenas 24% podem usá-lo.


No Sri Lanka, 69% dos pais de alunos do ensino fundamental questionados nesta pesquisa indicaram que seus filhos aprenderam “menos” ou “muito menos”.


Nesse contexto, o Unicef insta os professores a avaliarem o nível de aprendizagem de seus alunos e garantir que eles se atualizem, introduzindo um período de “recuperação”.


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Além disso, pede aos governos que priorizem a vacinação anticovid dos professores e os capacitem para que possam manter contato com as crianças que não têm acesso à tecnologia.


Rajani KC, um professor no Nepal, acredita que os métodos alternativos ainda não são eficazes o suficiente para garantir uma boa aprendizagem.


“Estamos diante de uma situação perigosa”, disse à AFP, “se a pandemia persistir e o setor universitário perder ainda mais anos, de que tipo de recursos humanos o país se beneficiará no futuro?”, refletiu.






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