Uma pesquisa liderada pela Cleveland Clinic revelou que crianças acima do peso que seguem uma dieta saudável podem reduzir significativamente as chances de desenvolverem problemas cardiovasculares, como pressão alta, arritmia e infartos.
Publicado no Journal Clinical Pediatrics, o estudo acompanhou por um ano o nível de risco associado a três padrões de alimentação saudável em 96 crianças com idades entre 9 e 18 anos com índice de massa corporal (IMC) superior a 95% – considerada obesidade grau III.
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Todos os padrões de alimentação continham alimentos integrais, frutas e vegetais e adição limitada de sal, carne vermelha e alimentos processados. Pais e filhos também receberam orientações durante quatro semanas sobre o que evitar, como ler rótulos de embalagens e porções adequadas.
Ao final do experimento, exames de sangue foram usados para acessar marcadores de risco cardiovascular. De acordo com os resultados, divulgados pelo Medical Xpress, todas as três dietas foram associadas a melhorias no peso, bem como a pressão arterial sistólica e diastólica, colesterol total e lipoproteína de baixa densidade. O estudo também apontou que, mesmo pequenas alterações na alimentação, já trazem grandes melhorias à saúde.
“Este estudo ajuda a mostrar a importância de iniciar padrões de alimentação saudáveis o mais jovem possível. Sabemos que as doenças cardiovasculares começam na infância e os padrões alimentares das crianças são mais fáceis de moldar do que adolescentes e adultos”, disse o autor principal Dr. Michael Macknin, Professor Emérito de Pediatria da Cleveland Clinic Lerner College of Medicine.
Segundo o Comitê de Nutrição da Academia Americana de Pediatria, recomenda-se que crianças a partir dos dois anos já sigam uma dieta saudável pobre em gordura – apenas 30% das calorias provenientes da gordura. A orientação é a mesma para adultos.
“Como o processo de doença cardíaca começa na infância, a prevenção deve começar lá também”, afirmou Dr. WH Wilson Tang, coautor do estudo e diretor de pesquisa na seção de medicina de insuficiência cardíaca e transplante cardíaco no Sydell and Arnold Miller Family Heart, Vascular & Thoracic Institute da Cleveland Clinic.
“A grande maioria das doenças cardíacas se deve a fatores de risco modificáveis ou controláveis, então é importante que as crianças entendam que elas são em grande parte responsáveis por sua saúde”, acrescentou.
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De acordo com o Center for Disease Control and Prevention, a obesidade afeta 1 em cada 5 crianças e adolescentes nos Estados Unidos. Crianças obesas têm maior probabilidade de apresentar pressão alta e colesterol alto, que são fatores de risco para doenças cardiovasculares. Na vida adulta, a obesidade está associada ao aumento do risco de várias condições graves de saúde além das relacionadas ao coração, como diabetes e câncer.
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