Pela primeira vez, a lepra foi identificada fora dos humanos na África. Pesquisadores descobriram a doença em um grupo de chimpanzés selvagens. Os animais foram encontrados na Costa do Marfim e na Guiné-Bissau entre 2015 e 2019.
A lepra já foi vista em animais antes. Em 2016, por exemplo, a doença foi flagrada em esquilos vermelhos no Reino Unido. No entanto, a contaminação no mundo animal é rara e até então não havia registro dessa atividade na vida selvagem da África.
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A pesquisa foi publicada na última quarta-feira (13), na revista Nature. Os cientistas encontraram registros da doença causada pelas bactérias Mycobacterium leprae em dois chimpanzés machos e duas fêmeas. Os animais estavam com ferimentos causados pela Lepra semelhante aqueles vistos em humanos quando ficam com a doença.
Lepra em animais
Inclusive, a principal hipótese é de que os macacos foram contaminados ao terem contato com humanos. Isso porém é encarado apenas como uma possibilidade, já que mais estudos precisam ser feitos para confirmar como os animais acabaram contraindo a doença.
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“Para os animais que não estão habituados aos humanos, como estas populações específicas, é muito difícil administrar antibióticos. Há restrições relativamente ao tratamento da lepra em animais e temos de considerar as implicações éticas”, explicou Kimberley Hockings, uma das chefes da pesquisa na Universidade de Exeter, em entrevista para a CNN.
Também conhecida como hanseníase, a lepra é uma doença que pode causar danos aos nervos e à pele, causando bolhas, nódulos, em casos graves, deixar danos no trato respiratório. Pessoas infectadas podem ficar cegas ou ainda perderem a sensibilidade em partes do corpo. “O tratamento da hanseníase em humanos é relativamente simples, especialmente se for diagnosticado precocemente”, completou Hockings. O tempo de incubação da doença é de até cinco anos, o que dificulta o diagnóstico em animais.
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