Jornalistas Maria Ressa e Dmitry Muratov recebem Nobel da Paz


A jornalista filipina Maria Ressa e o jornalista russo Dmitry Muratov venceram o Nobel da Paz 2021. O anúncio foi feito nesta sexta-feira, 8, pela Academia Sueca, em Estocolmo. O prêmio foi concedido “pelos esforços de salvaguarda da liberdade de expressão, pré-condição para a democracia e paz duradouras”.

“A senhora Ressa e o senhor Muratov recebem o Prêmio Nobel da Paz pela corajosa batalha pela liberdade de expressão nas Filipinas e na Rússia”, disse Berit Reiss-Andersen, do Comitê Nobel norueguês.

“Ao mesmo tempo, eles representam os jornalistas que lutam por esse ideal num mundo onde a democracia e a liberdade da imprensa enfrentam condições cada vez mais adversas”, acrescentou.

Foto: Arquivo Pessoal/Redes Sociais

Os laureados com o Nobel da Paz vão receber o prêmio de 10 milhões de coroas suecas (quase 1 milhão de euros), além de um diploma e uma medalha, em 10 de dezembro, em Oslo, na Noruega, dia da morte do criador do prêmio, Alfred Nobel.

Indicação do Brasil

Neste ano, disputaram o Nobel da Paz 329 candidatos, 234 pessoas e 95 organizações. O número é ligeiramente superior ao do ano passado: 317.

Entre os indicados, estava o ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli.

Alysson Paolinelli

Foto: Canal Rural

Paolinelli conseguiu tornar o Cerrado brasileiro um importante celeiro de produção de alimentos no mundo. Ele foi deputado federal constituinte e ocupou o cargo de ministro da Agricultura no governo Geisel. Ele é um dos responsáveis pela chamada Revolução Verde, que fez do Brasil um dos maiores produtores mundiais de alimentos.

“O milagre aconteceu rápido: em cinco anos começamos a medir que a produtividade do Cerrado se igualava às grandes áreas produtoras do mundo, e os produtores entenderam que as mudanças era fundamentais para ter a produção na região tropical do globo. Criamos uma agricultura tropical, altamente sustentável, porque no Hemisfério Norte, que dominou o abastecimento mundial, começou com terras férteis; aqui nos fizemos o inverso, pegamos as terras mais degradadas e as transformamos nas mais produtivas. O mundo tem que compreender que os produtores não vão permitir que as terras voltem à degradação”, disse certa vez, durante um evento.

“Se esse prêmio vier, ele vem para o Brasil”, disse o ex-ministro.

Paolinelli foi responsável por modernizar a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e promover a ocupação econômica do Cerrado brasileiro. Implantou um programa de bolsas de estudos para estudantes brasileiros nos maiores centros de pesquisa em agricultura do mundo. Cuidou também da reestruturação do crédito agrícola e do reequacionamento da ocupação do bioma amazônico. Em 2006, Paolinelli ganhou o World Food Prize, concedido a pessoas que ajudaram consideravelmente a melhorar a qualidade, quantidade ou disponibilidade de alimentos no mundo.

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