‘Importância da suinocultura justifica investimento de recursos públicos na prevenção da peste suína’


A Organização Mundial de Sanidade Animal (OIE) confirmou, nesta quarta-feira, 22, um caso de peste suína africana (PSA) no Haiti. É a segunda ocorrência recente da doença em continente americano. No final de julho, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) havia registrado um caso na República Dominicana.

No Brasil, o último caso da doença foi registrado na década de 1970, e hoje o vírus é considerado erradicado aqui. Como prevenção, o Ministério da Agricultura promoveu restrições à entrada de produtos nos principais portos do país.

“A suinocultura é um setor de enorme importância no Brasil, que alcançou a marca de quarto maior exportador, com 1,2 milhão de toneladas”, observa o comentarista Benedito Rosa. “A sanidade animal tem a ver com o aumento de exportações de carne suína nos últimos dois anos, que foi de 67%”, acrescenta.

A China produz e consome cerca de metade da carne suína do mundo, lembra o comentarista. O plantel chinês, de 450 milhões de cabeças, foi dizimado pela peste suína africana em 2018. “Depois disso, a doença se espalhou pela Ásia, Europa e chegou à América, onde não ocorria há muito tempo”, conta Rosa.

“Esse quadro nos assusta, porque atingiu diversas regiões da China. Na Alemanha, o mesmo acontece com os javalis, com mais de dois mil casos”. Segundo ele, a grande preocupação é que a doença se espalhe no transporte de produtos.

“O Ministério da Agricultura deu início a programas de prevenção à PSA junto aos produtores”, pontua o comentarista, citando que um novo projeto de lei deve tornar mais rígida a inspeção sanitária.

“O setor é importante demais para considerarmos as medidas como desperdício de recursos públicos. É necessário preservar esse enorme patrimônio”, afirma.

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