Estudo aponta que redução de sódio nos alimentos pode prevenir 2,6 mil mortes


Uma pesquisa produzida pela Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a Universidade de Liverpool, no Reino Unido, apontou que a redução de sódio voluntária nos alimentos industrializados do Brasil pode prevenir cerca de 2,6 mil mortes relacionadas à hipertensão em um período de 20 anos.

Além disso, o movimento pode evitar cerca de 180 mil casos de doenças cardiovasculares associadas à hipertensão. “O estudo teve por objetivo estimar o impacto das atuais metas voluntárias de redução do sódio no Brasil em um período de 20 anos e, a partir disso, trazer evidências para a implementação de políticas mais efetivas para a prevenção de mortes e de doenças associadas ao consumo excessivo de sódio pelos brasileiros”, disse Eduardo Nilson, pesquisador do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens), da USP.

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Sal derramado na mesa formando um desenho de coração
Estudo aponta que redução de sódio nos alimentos pode prevenir 2,6 mil mortes. Imagem: Sharif Pavlov/Shutterstock

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o consumo máximo de sódio seja de 2 gramas por dia. No entanto, a média de consumo do brasileiro é de 3,6g/dia. O número sofreu uma baixa de 0,1 grama por dia entre 2011 e 2018, após o Ministério da Saúde e Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia) discutirem metas para o teor de sódio nos alimentos.

“O consumo excessivo de sódio representa uma prioridade de saúde pública, tendo em vista que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre as doenças crônicas não-transmissíveis no Brasil e no mundo e que a medida mais custo-efetiva para redução dessa carga é a redução do consumo de sódio”, disse Nilson.

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“Por exemplo, anualmente mais de 47 mil brasileiros morrem por doenças cardiovasculares atribuíveis ao excesso de sódio na dieta, além da grande carga econômica ao país. Essas doenças são evitáveis e a redução do consumo de sódio é benéfica para todas as idades e para pessoas com ou sem hipertensão arterial”, completou.

O pesquisador ainda apontou que o excesso do consumo de sódio representa o gasto de mais de R$ 622,6 milhões por ano com hospitalizações, procedimentos ambulatoriais e medicamentos ao Sistema Único de Saúde (SUS). Enquanto as mortes causadas por doenças cardiovasculares ligadas à hipertensão representam R$ 2,64 bilhões ao ano em perdas à economia brasileira pela retirada dessas pessoas do mercado de trabalho.

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