Dólar fecha em R$ 5,20 com alta de 0,46% em cenário incerto


O dólar comercial fechou o dia cotado a R$ 5,22, com alta de 0,46%. Com viés de alta desde o início da manhã, após o anúncio dos resultados positivos na inflação norte-americana medida em julho – além das já recorrentes incertezas fiscais e políticas que assolam o cenário doméstico -, o dólar seguiu um estável ritmo de crescimento durante a quarta-feira, 11.

Segundo o gerente de câmbio da Treviso, Reginaldo Galhardo, “o ruído político nos atrapalha, com o mercado se protegendo. Estávamos com o dólar abaixo dos R$ 4,90, mas na situação atual isso é inimaginável”.

Além disso, o mercado também fica apreensivo com as próximas movimentações dos Estados Unidos: “O mundo espera os dados americanos para dar andamento no dia a dia, com menor ajuda do governo e reaquecimento da economia”, pontua Galhardo.

“Havia uma maior expectativa entre Estados Unidos e China, com a eleição de Joe Biden. Mas continuou a mesma coisa, com a falta de entendimento entre os países”, destaca Galhardo, referindo-se à relação entre os dois países.

Para o economista-chefe do Banco Alfa, Luis Otavio Leal, “o comportamento volátil do dólar é causado por uma combinação de fatores, como a política de juros mais agressiva do Banco Central e a tensão interna, além dos resultados nos Estados Unidos”.

“Isso acaba sendo uma montanha russa e, a não ser que ocorra uma melhora no cenário interno ou piore a conjuntura externa – principalmente nos EUA -, isso não irá mudar tão cedo”, alerta Leal.

Os preços ao consumidor dos Estados Unidos subiram 0,5% em julho na comparação com o mês anterior, quando tinham avançado 0,9%. No acumulado em 12 meses, a inflação norte-americana atingiu 5,4%. Os investidores também reagem à aprovação de um pacote de infraestrutura de US$ 1 trilhão pelo Senado dos Estados Unidos, bem como à aprovação das linhas gerais do orçamento de US$ 3,5 trilhões pelos senadores do país.

Para o head de Análise da Top Gain, Leonardo Santana, “o mercado está olhando para muitas coisas nesse momento, como o pacote do Biden e o cumprimento do teto de gastos”. Além disso, os dados de inflação divulgados ontem, somados à postura mais rígida do Banco Central, favorecem o cenário nacional.

“A alta do Índice Nacional de Preços do Consumidor Amplo (IPCA) somada ao aumento da taxa de juros tornam o Brasil mais atrativo ao investidor estrangeiro”, pontua Santana. “Para hoje, o mercado deve trabalhar na linha de ontem, sem altas ou quedas bruscas”, disse.

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