Nos últimos anos, uma boa parcela dos médicos tem adotado a chamada telemedicina para tratar de seus pacientes. Apesar de muitos acharem que o recurso é novidade, resultado do avanço acelerado da tecnologia e da pandemia da Covid-19 instalada em 2020, o primeiro estudo que comprovou a eficácia do método é de 1998.
Segundo o Medical Xpress, com intuito de revisar os efeitos da telepsiquiatria, principalmente no tratamento contra a depressão, o Dr. Jean-François Echelard, residente do centro de saúde da família Marigot afiliado à UdeM, em Laval, checou e publicou uma revisão de diversos estudos feitos entre 2010 e 2020 a respeito da tecnologia, e comparou com as percepções de indivíduos deprimidos e com o tratamento presencial tradicional.
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O artigo, publicado no Journal of Medical Internet Research, analisou três categorias de dados: gravidade da depressão, percepções de telepsiquiatria e funcionamento do paciente. O especialista concluiu que “a telepsiquiatria tendia a funcionar pelo menos tão bem quanto o atendimento pessoal em relação à melhora na gravidade da depressão, satisfação do paciente, qualidade de vida, funcionamento, custo -efetividade e a maioria das outras percepções e variáveis.”
Além disso, a pesquisa considerou o tratamento on-line tanto para pacientes jovens, quanto para os mais velhos, desmistificando que um paciente idoso não se adaptaria ao método. O grau de satisfação dos profissionais de saúde também foi positivo.
A pandemia e a telemedicina
Segundo Echelard, foi visível o aumento da adoção da prática de telemedicina com a chegada da pandemia do coronavírus. “Passamos de algumas ligações por dia para, às vezes, passar quase o dia inteiro no telefone ou videoconferência com os pacientes”, contou.
Sem dados, o médico ressalta o que observou do seu dia a dia em atendimento e avalia que as restrições relacionadas às práticas de segurança durante a pandemia são frequentemente mencionadas por pacientes com depressão em consultas.
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Para o especialista, já está mais do que claro que o método funciona no mesmo nível presencial, sendo agora não apenas uma opção para pessoas em áreas rurais – seu uso a princípio -, mas durante a pandemia e, com certeza, no período pós-pandêmico.
“A telepsiquiatria é uma modalidade promissora de tratamento para pacientes que sofrem de depressão”, afirmou.
Contudo, o residente alertou que mais estudos a respeito da eficácia da consulta on-line são necessários, visto que “no telefone ou em uma webcam, pode ser mais difícil avaliar objetivamente o estado mental de uma pessoa”, dificultando a assertividade de um diagnóstico, por exemplo.
Crédito imagem principal: Cryptographer/iStock
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