Consumo global de café cresce mais que a produção em 2020/21


A produção global de café no ano-safra 2020/21 (outubro-setembro) totalizou 169,644 milhões de sacas de 60 quilos, alta de 0,4% na comparação com 2019/20 (168,980 milhões de sacas), disse a Organização Internacional do Café nesta quinta-feira, 7, em seu relatório mensal de acompanhamento do mercado, mantendo a estimativa de setembro.

A produção mundial de café arábica atingiu 99,280 milhões de sacas em 2020/21 (+2,3%). Por outro lado, a safra de robusta caiu 2,1%, totalizando 70,365 milhões de sacas.

Já o consumo global de café em 2020/21, segundo OIC, atingiu 167,258 milhões de sacas, com alta anual de 1,9% (164,135 milhões de sacas em 2019/20). Em setembro, a estimativa para a demanda global de café em 2020/21 era de 167,011 milhões de sacas.

Com isso, o mercado global de café teve superávit entre a oferta e a demanda na ordem de 2,386 milhões de sacas em 2020/21, após um excedente de 4,846 milhões de sacas observado em 2019/20. Em setembro, a OIC estava apontando um excedente de 2,633 milhões de sacas.

Conforme a OIC, a colheita do ano-safra de 2020/21 foi concluída em todos os países produtores e o foco do mercado deve se voltar para a produção a partir do ano-safra de 2021/22 e também de 2022/23.

A incerteza criada por choques de oferta relacionados ao clima e possíveis interrupções nos fluxos comerciais de medidas mais rígidas relacionadas à pandemia tornou-se uma séria ameaça à regularidade do fornecimento de café verde. Além disso, o aumento dos custos de produção, incluindo fertilizantes e gastos com mão de obra, deve abocanhar boa parte do ganho obtido com o recente rally e desacelerar os investimentos nos tratos culturais.

Por outro lado, com a perspectiva de um alívio nas restrições à mobilidade e as subsequentes perspectivas de recuperação econômica, o consumo mundial de café deverá continuar crescendo. Nos últimos dez anos, o aumento médio do consumo mundial foi de 1,9% ao ano. “Espera-se que a inelasticidade do consumo mundial aperte a relação oferta-demanda e aumente a possibilidade de continuidade das atuais tendências de alta dos preços do café”, salientou a OIC.

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