Conheça o papel da avicultura no processo de fabricação da vacina contra a Covid-19


Cuidado, precisão e muita tecnologia. Este é um resumo do processo de seleção dos ovos utilizados pelo Instituto Butantan para a produção da vacina contra a Covid-19.
A perspectiva até o final do ano é atingir a marca de 40 milhões de doses do imunizante fabricadas. Para isso, devem ser utilizados cerca de 20 milhões de ovos.

O Ligados & Integrados esteve no Instituto Butantan para mostrar como é feito o processo de seleção e escolha dos 500 mil ovos recebidos diariamente para esta finalidade.  Recebidos diariamente, os ovos passam pela ovoscopia para a verificação da qualidade do embrião. 

São avaliados o tamanho do ovo, a vascularização do embrião, se o embrião está vivo, se a câmara de ar está bem posicionada, a própria limpeza, a condição do ovo e seu aspecto.
Segundo Rafael Pereira, coordenador de produção,  é possível neste processo avaliar a qualidade do embrião recebido. “Analisamos se o embrião está com a vascularização adequada, o que vai caracterizar sua vitalidade”, disse. Em relação às características do embrião, ele explicou também que é feita uma análise sobre a idade ideal  do embrião, preconizada para o processo.

Na sequência, Douglas Macedo, gerente de produção, explicou que os ovos, então, saem da área veterinária para a área viral do Instituto Butantan. Neste local é onde acontece a inoculação do vírus. “Os ovos vão ser transportados para uma área biocontida e aí, através de um processo automático, vai ser injetado dentro de cada ovo uma quantidade pequena do vírus”, afirmou. “Após esse processo, os ovos são incubados por um tempo e temperatura específicos e depois é colhido o líquido de dentro desse ovo. Na sequência, ele passa por processos de filtração, purificação, até a obtenção de um lote do IFA”, detalhou Macedo.

A inoculação acontece logo no primeiro dia de recebimento quando é preparada uma solução com o vírus de trabalho ou o vírus da Influenza. “Quando a gente está na campanha da Influenza ou no projeto da Butanvac, o vírus de Newcastle modificado entra na solução e injetamos, dentro de cada ovo, uma quantidade pequena do material”, apontou 

Após a inoculação, o ovo vai ser acondicionado em uma incubadora por um período e temperaturas adequadas para a replicação viral. “Após esse tempo e temperatura, obtemos um líquido com uma concentração alta do vírus. Após cerca de cinco dias desse processo, é colhido o líquido de cada ovo”, apontou Douglas Macedo.

Na sequência, já na câmara fria, a uma temperatura de 2 a 8 graus, o produto final é armazenado e, de acordo com a programação do Instituto Butantan, ele será encaminhado para o envase.

Douglas Macedo mostra a importância do trabalho apresentado, inclusive com a participação do setor avícola.   “Trabalhamos com alguns fornecedores de ovos que são homologados pela equipe técnica do Butantan. Contamos com todo o padrão de qualidade. Na fábrica procuramos deixar clara essa importância. A produção da vacina começa por eles”, disse. “Esse critério técnico é de vital importância para termos um resultado positivo. Se isso começar de uma forma inadequada irá se refletir no processo final”, afirmou. 

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