Comunicação é gargalo na sustentabilidade da cadeia da soja, diz CNA


A sustentabilidade da cadeia da soja é um dos temas a serem abordados durante a Abertura Nacional do Plantio da Soja safra 2021/22, em 30 de setembro, em Campos Novos (SC), a partir de 9h (horário de Brasília).

Para o coordenador da Comissão de Meio Ambiente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Justos – que estará presente no evento – a falta de comunicação é o grande gargalo para o reconhecimento da sustentabilidade do setor, ainda mais em um cenário de legislação ambiental restritiva e penalizações recorrentes.

“A estratégia de comunicação que vem sendo realizada pelo governo e pelas entidades no sentido de desmistificar tudo o que vem sendo dito em relação ao Brasil, de que nossa produção é realizada através da destruição da Amazônia, o que não é verdade, pois a ampla produtividade é fruto da inovação, da tecnologia, das boas práticas”, sinaliza.

Para ele, enquanto muitos outros países utilizam todas as suas áreas para produção, o Brasil mantém preservada suas florestas. “É importante, também, comparar a nossa legislação com a de outros países para que todos saibam, inclusive os brasileiros, que estão muito preocupados com a questão ambiental e acabam vendo noticiários de fora [do país] que difamam o Brasil sobre coisas que nem sempre são verdade”, enfatiza.

Cadastro ambiental rural

Justos também destaca que a questão da sustentabilidade no agronegócio passa diretamente pela análise do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que os produtores aderiram massivamente. “Cabe agora aos estados analisarem esse cadastro para darem a chancela oficial reconhecendo os esforços de conservação que os produtores têm feito porque, pela quantidade de áreas que foi levantada, o produtor brasileiro tem uma imensa área protegida”, destaca.

O coordenador da CNA também salienta que a redução de uso de defensivos na lavoura e de desmatamento também são fatores que o agronegócio precisa saber comunicar ao público. “Todos somos preocupados com a questão dos defensivos porque todos nos alimentamos. […] existe muito desconhecimento, muita fake news a respeito de como é feita a comida. Na verdade os defensivos que tem sido lançados no mercado possuem potencial toxicológico muito menor para os consumidores e para o meio ambiente. Muitos produtos biológicos também estão sendo utilizados em larga escala. Há uma tendência de usar toda a biotecnologia a favor da produção. Esses avanços não são reconhecidos pela sociedade porque ela está submetida a uma carga de informações negativas muito pesadas”, acredita.

Segundo ele, o mesmo pode ser dito da questão do desmatamento. “Nossa Amazônia tem mais de 85% do total preservada, enquanto na Europa existe menos de 1% [de mata nativa] preservada”.

 

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