Muitas empresas já começam a realizar o retorno gradual do trabalho presencial. O infectologista Rodrigo Mollina, consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), explica que algumas condutas pode ser adotadas para minimizar o risco de transmissão do coronavírus, como realizar refeições rápidas e com distanciamento e preferir ambientes bem ventilados
O que é mais seguro: levar marmita e comer em um refeitório ou comer em restaurante? Mollina explica que na hora das refeições é muito importante seguir o distanciamento social. “O mais seguro é que tenha o distanciamento, pois é o momento em que as pessoas estarão sem máscara. Não importa se é restaurante ou refeitório, mas é importante que seja uma refeição rápida”, diz
Posso tomar um cafezinho com um colega que não vejo há muito tempo? Assim como no momento das refeições, Mollina lembra que o distanciamento é essencial ao retirar a máscara. “O hábito do cafezinho ocorre, mas é preciso que seja mantido o distanciamento, para que quando as pessoas estiverem sem máscara não tenha a transmissão do vírus”, afirma
Mesmo com distanciamento entre as mesas, se o local é fechado e com ar-condicionado, existe o risco de transmissão do coronavírus? Sim. O infectologista explica que o ideal é que o ambiente de trabalho seja um local com ventilação para que o ar seja sempre renovado. “O local fechado com ar-condicionado pode aumentar as transmissões, sendo muito importante o uso de máscara e distanciamento nessas situações”, explica
É possível se infectar durante o deslocamento, em transporte público, para o trabalho? Sim. Para minimizar esse risco, o infectologista recomenda uso de máscara durante o trajeto e higienização das mãos ao sair do ônibus ou metrô. “O ideal é que se mantenha, durante todo o percurso, a máscara e, após encostar nas barras de apoio, higienizar bem as mãos com álcool gel. O mesmo serve para objetos que são tocados com muita frequência, como botões de elevador e maçanetas”, recomenda Mollina
A máscara N95 pode diminuir o risco de contágio dentro do transporte público? Mollina ressalta que a transmissão da doença dentro do ônibus ou do metrô é possível e que a utilização da N95 pode prover uma proteção extra. “A N95 pode ser utilizada em todas as ocasiões e é mais efetiva que as proteções de tecido. É uma proteção extra, mas não obrigatória”‘, afirma. O que não pode faltar é o uso de máscara, seja N95, de tecido ou cirúrgica
O ideal é que todos no ambiente de trabalho estejam com esquema vacinal completo? Por quê? Sim. A imunização completa protege o vacinado de desenvolver a forma grave da covid-19, mas vale lembrar que não impede que ele transmita o vírus. O médico destaca que só após 15 dias da segunda dose é que a resposta imunológica estará completa. “A eficácia da vacina só é vista 15 dias após a segunda dose do imunizante, antes disso a pessoa não é considerada imunizada”, explica
Como a vacina não impede a transmissão, é possível que o pai pegue o vírus no trabalho e transmita para o filho não vacinado em casa, por exemplo? “Sim. Qualquer pessoa, vacinada ou não, pode contrair o vírus de forma assintomática”, explica Mollina
Pode usar a mesma máscara N95 todo dia no trabalho ou é preciso descartá-la após o uso? “A máscara N95 não é de uso diário, ela tem uma validade”, explica Molina, que destaca a importância de conservá-la: “O mais importante é que a proteção esteja bem cuidada, evitando amassar e deixar ela úmida”. Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o uso da máscara N95 é limitada a 5 vezes
*Estagiário do R7 sob supervisão de Deborah Giannini