Um estudo denominado “Universo Trans”, realizado pela Zygon, empresa especializada em marketing digital, indica que 88,6% das menções a pessoas trans no Twitter são sobre transfobia.
Segundo a revista Exame, a iniciativa inédita traz recortes sociais e comportamentais a partir de interações na rede social. Entre os temas mais abordados, estão relatos de violência e preconceito contra a população transgênero.
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Quando o assunto é “transfobia”, 56% dos tweets tratam de assassinatos de pessoas trans, 22% relatam abusos, 13% abordam casos de agressões e 8% de abandono.
Durante cinco meses, a Zygon coletou 164,93 mil tweets e 5,5 milhões de interações sobre o transgêneros na rede social.
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Discussão sobre uso de pronomes e nome social de pessoas trans são segundo assunto mais falado
Depois de transfobia, o segundo assunto mais falado é em relação à questão identitária, com 4,78% das menções no Twitter. Entre as temáticas citadas nesse aspecto, a discussão dos pronomes e do nome social são as que mais aparecem.
Em seguida, completando a pesquisa, vêm os tópicos identidade (4,78%), luta e aceitação (4,03%), oportunidade (1,51%) e corpo e transição (1,07%).
O estudo feito pela Zygon tem parceria com a Nhaí!, agência de inovação do entretenimento e marketing com foco na diversidade. Também ajudou no levantamento a Casé Fala, agência de conteúdo e curadoria de palestras.
“Com esses dados, foi possível ver as diferentes nuances sobre o que se fala online a respeito do universo trans. Há predominância, ainda, de relatos de transfobia, mas vemos como outras pautas estão em crescimento”, diz Lucas Reis, CEO da Zygon.
De acordo com a pesquisa, 70% das pessoas trans ou travestis pretas e periféricas falam mais sobre racismo associado a temas como corpo e transição, oportunidade e identidade, do que sobre os demais assuntos relacionados a seus estilos de vida.
Para Raquel Virgínia, fundadora da Nhaí!, “além de existir uma imposição de padrão estético no corpo trans, tem também a sua objetificação e exigência de servir como um marcador social”.
“O processo de aceitação e de assumir-se perante a sociedade é algo mais difícil para pessoas negras e periféricas”, afirma Raquel.
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