Desde o discurso do presidente Jair Bolsonaro, durante as manifestações do dia 7 de setembro, havia a expectativa de como os líderes dos Podres iriam reagir, após críticas feitas pelo presidente ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O primeiro a se pronunciar sobre as falas de Bolsonaro foi o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Em seu discurso, Lira defendeu a harmonia entre os poderes, e pediu respeito à Constituição para focar nos reais problemas do país, como inflação e desemprego.
“Os Poderes têm delimitações, isso define respeito e harmonia. Não posso admitir questionamentos sobre decisões superadas, como o voto impresso. Uma vez tomada a decisão vira-se a página, é hora de dar um basta a escolada de um infinito looping negativo. Nosso país foi construído com união e solidariedade e não há receita para superar a crise socioeconômica sem esses elementos”, disse Lira.
Durante a sessão plenária do Supremo Tribunal Federal, procurador-geral da República Augusto Aras, defendeu o equilíbrio entre os Poderes e disse que vai atuar para garantir essa estabilidade.
“Discordâncias, sejam políticas ou processuais devem ser tratadas com civismo e respeitando o processo legal. O Ministério Público brasileiro segue trabalhando pela sustentação da ordem jurídica e democrática. No Brasil, a separação e harmonia entre os poderes foi adotada desde os primórdios da Constituição do Império. A independência entre os Poderes pressupõe harmonia, sem isso, não há equilíbrio permanente”, destacou o Aras.
O presidente do STF Luiz Fux, subiu o tom para rebater as críticas feitas pelo presidente, ao dizer que não respeitaria mais decisões de ministros da Suprema Corte.
“Este Supremo Tribunal Federal jamais aceitará ameaças a sua independência. O STF não tolerará as autoridades de suas decisões. Se o desprezo às decisões judiciais ocorre por parte de chefe de qualquer um dos Poderes, além de apresentar um atentado a democracia configura crime de responsabilidade. Ninguém fechará essa Corte. Nós a manteremos de pé, com suor, perseverança a e coragem”.
Na noite desta quarta, 18, foi a vez do presidente do Senado Rodrigo Pacheco se pronunciar sobre as falas de Bolsonaro. Em sua fala, Pacheco destacou as crises que o Brasil enfrenta, como a hídrica e energética, e ressaltou que apenas com o entendimento entre os Poderes será possível resolvê-la.
“Uma crise real que nós vivemos e que nós temos que dar solução a ela. Essa solução não está no autoritarismo, não está nos arroubos antidemocráticos, não está em questionar a democracia. Essa solução está na maturidade política dos poderes constituídos de se entenderem, de buscarem as convergências para aquilo que verdadeiramente interessa aos brasileiros”.
Veja o discurso na íntegra do presidente do Senado Rodrigo Pacheco.
