Nesta quarta-feira (8), representantes do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo anunciaram que estudam a aplicação de uma quarta dose de vacina contra a Covid-19 em pessoas transplantadas. Isso porque eles avaliam que a resposta imune apresentada por pacientes transplantados é bem mais baixa do que na população em geral.
Conforme José Medina, integrante do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo e superintendente do Hospital do Rim, na capital paulista, a baixa imunidade ocorre com todas as vacinas aplicadas no Brasil. Uma das causas para essa baixa resposta, de acordo com Eloísa Bonfá, diretora do Hospital das Clínicas, pode se referir aos medicamentos tomados pelos transplantados.
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“Nos pacientes transplantados que receberam a primeira e segunda dose de outras vacinas, da Pfizer, da AstraZeneca ou da Moderna, a resposta foi tão precária quanto a resposta da CoronaVac. Por isso que a nossa proposta agora é fazer reforço da quarta dose, talvez de uma quinta dose, para aquelas pessoas que não tiveram uma resposta adequada”, explicou Medina.
Medina também disse que um estudo feito com 12 mil transplantados apontou que 21% deles tiveram covid-19. Um em cada quatro desses pacientes transplantados positivos para a Covid-19 morreu por causa da doença.
A pesquisa acomparou pacientes transplantados e funcionários do Hospital do Rim. Após a primeira dose da vacina contra a Covid-19, produzida pelo Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac, a soroconversão ou formação de anticorpos contra a covid-19 foi de 79% entre os funcionários. Já nos transplantados, foi apenas de 15%.
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“A resposta sorológica do paciente transplantado contra o vírus induzida pela vacina foi cinco vezes menor que na população de funcionários do hospital”, comentou Medina. Depois da segunda dose, a resposta foi de 98% entre os funcionários e apenas 45% entre os pacientes transplantados.
De acordo com ele, foi iniciado um estudo para avaliar a resposta após a aplicação de uma terceira dose da vacina CoronaVac em pacientes transplantados: “O estudo foi feito antes do assunto da terceira dose ser abordado na população em geral, porque essa resposta no transplantado estava nos intrigando muito. E a terceira dose aumentou para 53% a resposta nos pacientes transplantados.”
Diferente do governo federal, o estado de São Paulo está utilizando a CoronaVac como dose de reforço para idosos e pacientes imunossuprimidos. Segundo o governo federal, somente outras vacinas devem ser aplicadas como dose adicional para essa população, principalmente a Pfizer/BioNTech, pois já que a resposta imune apresentada pela CoronaVac tende a ser menor para esse público.
Na última segunda-feira (6), São Paulo começou a aplicar a terceira dose de vacina contra a Covid-19. De acordo com o governo, será escalonada, iniciando pelas pessoas com idade acima de 90 anos. No primeiro dia de vacinação, quase 99% das doses adicionais aplicadas foram de CoronaVac.
Fonte: Agência Brasil
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