O bolsonarista Allan dos Santos está publicando conteúdos em outro canal no YouTube, o Artigo 220, desde sexta-feira (15), após o Terça Livre ter sido bloqueado por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Muitos espectadores do Terça Livre ainda não estão sabendo o que é a iniciativa Artigo 220. Não se trata de uma substituição de marca. Após a queda dos canais do Terça Livre no YouTube, que aconteceu na última terça-feira (12), a iniciativa Artigo 220 é a cessionária das transmissões dos programas. Na última semana todas as redes sociais da empresa foram derrubadas”, diz texto publicado no site de Allan dos Santos.
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Ainda de acordo com a publicação, “isso quer dizer que os programas do Terça Livre (Boletim da Manhã, Boletim da Noite, Radar da Mídia e Zoeira da Tarde) serão transmitidos pela iniciativa Artigo 220, detentora dos direitos de transmissão”.
Essa não é a primeira vez que o YouTube se vê obrigado a retirar do ar o canal Terça Livre e associados. Em fevereiro deste ano, dois canais pertencentes ao portal foram suspensos. Na época, a plataforma online de vídeos declarou, em nota, que os dois perfis violaram os termos de uso do site.
Além do canal Terça Livre no Youtube, o seu perfil pessoal do bolsonarista no Instagram, assim como a conta no Twitter, também foram suspensos.
Motivo do bloqueio do canal de Allan dos Santos
Segundo informações da Folha de S. Paulo, a ação ocorreu devido ao inquérito que apura a atuação de milícias digitais, o qual Santos é alvo, sendo investigado por esquema de divulgação de informações falsas, ataques a autoridades – como os ministros do STF – e organização de atos antidemocráticos.
Além desse, também há um segundo inquérito em que o bolsonarista é alvo, o qual investiga um grupo que usa redes sociais para organizar atos antidemocráticos como protestos que pedem o fechamento do Congresso Nacional ou intervenção militar.
Ainda de acordo com o jornal, o YouTube preferiu não comentar a suspensão, justificando que o processo corre em segredo de Justiça.
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Investigação contra Allan dos Santos
Há alguns meses Allan dos Santos é alvo de operações deflagradas da Polícia Federal relativas às investigações. Após vir à tona a informação de que uma ex-estagiária do ministro do STF Ricardo Lewandowski, Tatiana Garcia Bressan, teria sido informante do influencer, Moraes pediu uma oitiva – processo para ouvir as testemunhas.
Um relatório da PF mostrou que havia conversas entre Santos e a estagiária antes da abertura dos inquéritos. Bressan foi ouvida na última quinta-feira (7) e, de acordo com informações da CNN, negou ter tido acesso a qualquer informação de dentro do gabinete de Lewandowski e explicou que o contato com Santos foi para ajuda-la a conseguir um emprego com a deputada Bia Kicis.
No entanto, a ex-funcionária admitiu ter um perfil fake nas redes sociais para atacar outros ministros e pediu desculpas aos magistrados.
Além dela, ainda de acordo com a CNN, o blogueiro tinha o Coronel Mauro Cesar Barbosa Cid como um dos seus principais contatos no Palácio do Planalto, a quem sugeria demissões e articulações. Cid é considerado dentro do Planalto como um dos principais auxiliares do presidente Jair Bolsonaro.
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