Atividade cerebral após o trauma pode prever saúde mental a longo prazo


A forma como o cérebro humano responde ao estresse depois de uma situação traumática, um acidente de carro, por exemplo, pode ajudar a prever a sua saúde mental a longo prazo. A informação é de acordo com uma pesquisa do Instituto Nacional de Saúde Mental (NIMH).

A iniciativa é parte do estudo AURORA – financiado pelo NIMH – e desenvolvido em vários locais que acompanhou mais de 3 mil pessoas por até um ano após a exposição a um evento traumático. Por meio de medidas neurobiológicas e comportamentais, os pesquisadores estão focados em desenvolver um quadro dos fatores que desempenham um papel importante na saúde mental dos sobreviventes de algo traumático ao longo do tempo. 

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Para agregar ao estudo, Jennifer Stevens, da Emory University em Atlanta, liderou uma análise da atividade cerebral pós-trauma em um grupo de 69 participantes que foram atendidos em um departamento de emergência após um acidente de carro. A hipótese é de que diferentes padrões de atividade cerebral relacionada ao estresse podem prever os sintomas de saúde mental a longo prazo.

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Duas semanas depois do acidente, os participantes tiveram sua atividade cerebral medida por meio de ressonância magnética funcional enquanto completavam uma série de tarefas baseadas em computador. Assim, foi possível avaliar a atividade cerebral em resposta a dicas de ameaças sociais, recompensas e situações que exigiam que eles inibissem um tipo de resposta.

Eles realizaram as mesmas análises com um grupo separado de 77 participantes que também foram atendidos em um departamento de emergência após passarem por eventos traumáticos. Nesse grupo, encontraram evidências para três dos quatro perfis registrados: reativo ou desinibido, baixa recompensa ou alta ameaça e inibido.

Através dos perfis de atividade cerebral dos participantes em relação aos resultados de saúde mental, a equipe descobriu que os participantes com o perfil reativo – aqueles que mostraram alta atividade relacionada a ameaça e recompensa – relataram níveis mais elevados de sintomas de estresse e ansiedade durante o período de acompanhamento de seis meses em comparação aos outros perfis.

Por outro lado, as descobertas ainda são preliminares e por isso serão necessárias mais pesquisas com amostras maiores para confirmar – e refinar – os perfis baseados no cérebro. O que se pode concluir, segundo a equipe, é que os resultados podem fornecer informações sobre a vulnerabilidade de uma pessoa ao estresse após vivenciar um evento traumático e assim, auxiliar no tratamento.

Fonte: Medical Xpress

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