Empresa do agronegócio quer reduzir 1 gigaton de gases na atmosfera


A empresa de agroquímicos UPL, da Índia, lançou um projeto audacioso para retirar 1 bilhão de toneladas (1 gigaton) de gases de atmosfera até 2040, o que renderia cerca de US$ 15 bilhões em créditos de carbono.

Parte do valor (entre 60% e 70%), segundo a empresa, será revertido em bonificação aos produtores rurais responsáveis pela geração deste crédito. O restante será usando em despesas operacionais.

Segundo a UPL, os créditos serão gerados em 100 milhões de hectares utilizados para agricultura e pecuária em diferente países nas próximas duas décadas. Deste volume, 20 milhões de hectares estão no Brasil.

A intenção é que os produtores adotem uma metodologia de sequestro de carbono criada pela UPL em parceria com a Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, e que, no momento, passa por um processo de validação e auditoria junto à certificadoras. Na fase inicial serão 1 milhão de hectares.

Parceria

Batizado de Gigaton Challenge, o projeto foi lançado no início da semana em São Paulo, junto com a Fundação Fifa, braço social da Federação Internacional de Futebol.

Foto: Marcos Caldo

“O futuro da agricultura precisará cumprir uma função positiva em relação ao clima e a re-carbonização dos solos globalmente não só proporciona benefícios ambientais imediatos como oferece uma nova fonte de renda para os agricultores”, disse Jai Shrof, CEO global da UPL.

Entre 2021 e 2024, o UPL Gigaton Challenge será implementado no Brasil, Argentina, Índia, Estados Unidos e alguns países europeus. Em 2025 outros países entram na agenda, entre eles México e Austrália.

Rogério Castro, que representa a UPL no Brasil, reforça o papel da agricultura como uma solução para enfrentar o desafio que a mudança climática representa na sociedade. “A agricultura é o principal parceiro deste grande desafio. O agricultor é o único gestor das plantas, culturas, florestas e dos sistemas de integração que podem ajudar a sequestrar carbono do solo”, afirmou.

Na Copa do Mundo do ano que vem, no Qatar, 100% das emissões de CO2 devem ser mitigadas. O compromisso foi assumido durante o evento pelo presidente da Fundação FIFA e ex-presidente da Argentina, Mauricio Macri.

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