Pela sexta vez consecutiva, IBGE reduz previsão para safra em 2021


A safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas deve alcançar 250,9 milhões de toneladas em 2021, de acordo com a estimativa de setembro do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado nesta quinta-feira, 7, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o sexto mês consecutivo de queda na estimativa mensal.

Com o resultado de setembro, a produção deve ficar 1,3% abaixo da obtida em 2020, que atingiu o recorde de 254,1 milhões de toneladas.

Já os produtores brasileiros devem colher 68,3 milhões de hectares, uma elevação de 4,4% em relação à área colhida em 2020, o equivalente a mais 2,9 milhões de hectares. Em relação à estimativa de agosto, a área a ser colhida aumentou 0,1%, com 55,7 mil hectares a mais.

O gerente da pesquisa, Carlos Barradas, explica que o declínio da produção de grãos se deve, principalmente, à falta de chuvas em estados produtores, o que prejudicou o milho. “O país vive uma crise hídrica. A quantidade de chuvas está muito abaixo do que normalmente é esperado. A soja, por ter sido plantada e colhida com atraso, diminuiu a ‘janela de plantio’ da segunda safra do milho, que vem logo depois da colheita dela. Por isso ficou mais dependente de boas condições climáticas e, como as chuvas não vieram, houve redução na produção dessa safra”, diz o pesquisador.

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A quebra na segunda safra de milho é um dos fatores que derrubou a estimativa do IBGE. Foto: Divulgação/Mapa

Além da falta de chuvas, Barradas cita a ocorrência de geadas em outras áreas produtoras do milho. “O clima do Sul, diferentemente do Centro-Oeste, é mais instável. Neste ano, o inverno foi mais rigoroso e o Paraná, por exemplo, foi atingido por geadas, o que prejudicou as lavouras do estado”, afirma.

Além do estado sulista, São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul também tiveram perdas na produção da segunda safra do grão por causa do clima frio.

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