Nova geração de vacinas contra salmonella é aposta para garantir biosseguridade na avicultura


Para manter o atual estágio  mercadológico da avicultura, principalmente quando falamos em termos de biosseguridade, ela tem que estar integrada. E o produtor precisa auxiliar nesse controle para que todas as medidas se complementem e criem uma cadeia de produção. Uma preocupação constante dentro e fora dos aviários, a salmonella é uma grande ameaça à saúde pública e sempre preocupa muito os produtores.  Mas se a ciência evolui, a avicultura caminha na mesma direção.

Uma nova geração de imunizantes contra a salmonella acaba de ser apresentada no Brasil. Ela utiliza a tecnologia de subunidade e é a primeira do tipo a chegar ao mercado brasileiro. Essa tecnologia traz segurança para o manipulador, as aves e o ambiente. Aplicada via água de bebida, ela fornece proteção contra várias estirpes e sorotipos de salmonella paratíficas, induzindo a imunidade.

A vacina desenvolvida conta com tecnologia da biologia molecular e entre os seus principais diferenciais estão a ação em diferentes sorogrupos (D, B e C) ao mesmo tempo, comprovando a ação contra Salmonella Enteritidis (D), Salmonella Typhimurium (B), Salmonella Heidelberg (B) e Salmonella Infantis (C), além de outros testes em desenvolvimento. A vacina também apresenta estratégia DIVA (Differentiating Infected from Vaccinated Animals), alto grau de imunidade de mucosas e limita a excreção e multiplicação do patógeno.

De acordo com Carlos Adelino Dalle Mole, médico veterinário, diferentemente das vacinas vivas convencionais, esta vacina proporciona maior segurança porque ela atua com atividade de subunidade, com isso, não ocorre a excreção do agente para o meio ambiente, proporcionando um controle mais efetivo. “Quando se fala em segurança, praticidade, estabilidade e questões operacionais que possibilitam o uso massivo dessa tecnologia, as vacinas de subunidade se encaixam melhor neste cenário. É revolucionária por ser a primeira com essa tecnologia embarcada”, apontou o profissional.

Entre os benefícios desta nova vacina está a proteção contra vários sorovares e sorotipos. “O objetivo é atuar contra a contaminação por salmonellas paratíficas, entre os principais grupos (B, C e D). Dentro desse contexto, buscamos atuar de uma forma diferenciada para conseguir controlar as salmonellas que estão nessa grande família”, disse Dalle Mole.

A nova vacina é indicada para aves de ciclo longo (matrizes e aves de postura comercial), como também para frangos de corte. No caso de aves de ciclo longo, são 3 doses e no caso dos frangos de corte, são duas doses, ambas aplicadas em água de bebida. “Um dos grandes diferenciais dela, por ser administrada via água de bebida, é também seu tempo – de 6 a 8 horas – para seu consumo. Isso oferece uma tranquilidade maior ao produtor do ponto de vista operacional e não sofre interferência  do cloro e Ph, sendo muito fácil seu manejo”, explicou o Médico Veterinário.

De acordo com Joice Leão, médica veterinária, como o Brasil possui uma das principais aviculturas do mundo, o país precisa investir sempre em biossegurança. “As chaves são o treinamento constante e a prevenção para controlar enfermidades e garantir a produção eficiente e com um produto de alta qualidade”, destacou.

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