Expectativa de vida ao nascer no Brasil mantém trajetória de alta – Notícias



A pandemia do novo coronavírus, que já tirou a vida de quase 600 mil brasileiros, não reverteu a tendência de alta da expectativa de vida ao nascer em território nacional.


De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os bebês que nasceram em 2020 têm perspectiva de viver por 76, 74 anos, contra 76, 50 anos apurados em 2019. 



Apesar do aumento da esperança de vida no momento do nascimento, a taxa de fecundidade caiu de 1,77 para 1,76. Já os volumes de natalidade e mortalidade infantil a cada 100 mil habitantes/nascimentos foram reduzidos de 14,20 para 13,99 e de 11,94 para 11,56, respectivamente.



A taxa de mortalidade a cada 100 mil habitantes, por sua vez, subiu para 6,56. O valor corresponde à manutenção da trajetória de alta das mortes iniciada em 2012. No entanto, o crescimento de 0,05 ponto do indicador foi o maior dos últimos dez anos. Segundo o estudo, as estatísticas vitais com evolução no número de óbitos em relação aos anos anteriores “evidencia o excesso de mortalidade devido à Covid-19”.


Como reflexo do número maior de mortes, o levantamento sugere uma queda na tendência de alta da esperança de vida ao nascer, com a redução estimada em, aproximadamente, dois anos. A estimativa é que o aumento dos níveis de mortalidade também deve reforçar a tendência de queda do ritmo de crescimento populacional.



“Ainda que sejam observados impactos da pandemia na natalidade/fecundidade e, sobretudo, nos níveis de mortalidade nos anos de 2020 e 2021, o processo de envelhecimento e a redução acelerada do ritmo de crescimento populacional são tendências intrínsecas da população brasileira”, aponta o estudo.


População


Em termos populacionais, o estudo indica um crescimento de 0,77% no número de residentes no Brasil em 2020, para 211,76 milhões de habitantes. Em dez anos, o aumento populacional foi de 11%, ou 21 milhões de habitantes.


Na percepção dos pesquisadores, a pandemia da Covid-19 tem condições de causar uma “redução abrupta” nas taxas brutas de natalidade e de fecundidade, semelhantes às observadas no caso da epidemia do zika vírus, em 2016. 


“As dificuldades econômicas, as mudanças de hábitos no cotidiano, as transformações nas relações sociais e as incertezas quanto à própria sobrevivência são fatores que certamente deverão estar presentes nas decisões de postergação da nupcialidade e da fecundidade em tempos de pandemia”, destaca a pesquisa.


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