A crise energética na China ligou o alerta das empresas de defensivos agrícolas do Brasil. Algumas das indústrias chinesas, que estão entre as principais fabricantes e fornecedoras desses insumos e suas matérias-primas no mundo, estão paradas devido às restrições de consumo de energia no país, paralisações que devem encarecer ainda mais os defensivos.
O glifosato, herbicida mais usado no Brasil, está 233% mais caro que em 2020 por conta das dificuldades logísticas impostas pela pandemia. O produto pode atingir uma nova alta nas próximas semanas, com aumento de até 70%, isso conforme a companhia das cooperativas agrícolas do Brasil. Segundo dados do Comex Stat, no ano passado, o Brasil importou da China mais de 134 mil toneladas de Glifosato ou herbicidas à base de Glifosato e seus sais.
Para o comentarista do Canal Rural Benedito Rosa, o cenário é preocupante, pois a crise veio pela falência de um grande conglomerado chines e pelo cenário mundial com o preço do petróleo subindo. “Essa crise provocada por uma mudança de política por parte do comitê central do partido comunista, que tem o poder na república de enquadrar a China no modelo energético que o mundo está implantando e a China não quer continuar mais com a sujona do mundo, junto com os EUA”, analisa.
Com a redução do consumo de carvão, o governo chinês impõe restrições no fornecimento de energia para sete províncias, grandes produtoras de fertilizantes e defensivos agrícolas.
“Criou-se um clima de incertezas nas distribuidoras e os próprios agricultores com compras antecipadas estão garantidas. A agricultura brasileira já está sentindo o impacto, com aumento de 236% no preço é difícil de ser engolido de uma hora para outra em apenas um ano”, comenta Benedito.
Benedito ainda explica que o cenário de incertezas cria dificuldades que afetam a próxima safra de inverno e a segunda safra de milho.