O Brasil deve importar cerca de 5 milhões de toneladas de trigo neste ano, estima o presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), Rubens Barbosa.
“Se a produção se consolidar em 8 milhões de toneladas, como projeta a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a importação vai diminuir este ano. O volume importado tende a ficar menor do que nos anteriores”, disse Barbosa, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (27).
Em 2020, o País importou 6,1 milhões de toneladas de trigo, com desembolso de US$ 1,3 bilhão, de acordo com dados do Agrostat, o sistema de estatísticas de comércio exterior do agronegócio brasileiro.
Na avaliação de Barbosa, além da produção nacional, o consumo interno tende a se refletir no total adquirido pelos moinhos brasileiros no mercado externo. “O aumento da utilização de trigo para uso animal também vai se refletir na importação”, projeta ele.
Quanto aos preços, Barbosa apontou que a tendência é de que as cotações do cereal continuem mais elevadas do que nos últimos anos. “É difícil antecipar a tendência, mas os preços já estão mais altos e a rentabilidade dos moinhos vem caindo. O comportamento da produção e as regulamentações dos outros países também influenciam nas cotações”, ponta Barbosa.
Também presente na coletiva, o presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi), Claudio Zanão, afirmou que os preços elevados do cereal afetam a indústria de derivados. “Aumento de preço (do produto final) significa perda de volume. Safra e câmbio vão se refletir no preço nacional”, afirma Zanão.