quanto carbono o plantio direto fixa no solo por hectare ao ano?


A adoção de práticas sustentáveis na cadeia da soja é uma realidade há muitas safras e a redução de emissões de carbono é um exemplo disso. Não por acaso, um dos eventos mais esperados do ano pelos produtores do grão, a Abertura Nacional do Plantio da Soja – Safra 2021/2022, que acontece nesta quinta-feira, a partir das 9h (horário de Brasília), em Campos Novos (SC), vai dedicar um painel inteiro à temática.

Presença já confirmada, o pesquisador da Embrapa Soja, Henrique Debiase, discorre a respeito de como a ciência contribui para a implementação de práticas “verdes” na lavoura. Segundo ele, tal convergência gera tecnologias que viabilizam o aumento da produtividade e a intensificação do uso do solo com impacto ambiental proporcionalmente menor.

“Entre essas tecnologias, podemos citar o sistema de plantio direto, a fixação biológica do nitrogênio, a integração lavoura-pecuária, o desenvolvimento de cultivares com tolerância a pragas e herbicidas, enfim, um grande leque de tecnologias desenvolvidas pela ciência em parceria com o produtor”, afirma.

Redução de CO2

Debiase salienta que toda e qualquer tecnologia que aumente a produtividade de grãos contribui para reduzir o impacto ambiental, inclusive as emissões relativas de carbono. “Porém, pensando em emissões absolutas de carbono, podemos citar o sistema de plantio direto que, quando utilizado de acordo com o preconizado pela pesquisa – levando em conta um número bem conservador -, permite uma fixação de uma tonelada de carbono por hectare ao ano”, considera. “Se for considerado que o Brasil possui 33 milhões de hectares em sistema de plantio direto, são 33 milhões de toneladas de gás carbônico retiradas da atmosfera e fixadas no solo todos os anos”.

Segundo o pesquisador, outra tecnologia amiga da descarbonização da agricultura e que existe em nível Brasil, mas em nenhum outro país produtor de soja no mundo, é a fixação biológica do nitrogênio. “É possível evitar a aplicação de quase 400 kg de nitrogênio por hectare na soja usando a simbiose com as bactérias fixadoras do nitrogênio. Isso implica em uma redução de quatro toneladas de CO2 emitido por hectare ao ano, ou seja, sem essa tecnologia desenvolvida pela pesquisa brasileira, teríamos pelo menos mais 150 milhões de CO2 emitidas por ano no país. Então não há dúvidas que temos tecnologias que caracterizam a agricultura brasileira como mitigadora das emissões de gases causadores do efeito estufa”, enfatiza.

A Abertura Nacional do Plantio da Soja marca, também, as dez safras do Projeto Soja Brasil (parceria entre Canal Rural e Aprosoja), ou seja, uma década de informação sobre todas as vertentes do grão.

 

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