Oferta de boi não exportada pode derrubar preços domésticos


O mercado físico de boi gordo registrou preços pouco alterados nesta terça-feira. Segundo o analista Fernando Henrique Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, o embargo chinês segue em foco, mantendo os frigoríficos de maior porte atuando de maneira compassada. “Muitas unidades ainda não abriram preço de balcão para a semana. A grande maioria vem realizando redução da capacidade de abates, aguardando pela retomada da China ao mercado”, disse ele.

As tentativas de compra abaixo da referência se tornaram prática comum, com aderência da estratégia no Mato Grosso por parte dos pecuaristas. “A logística ainda é um grande entrave. Com um expressivo volume de carne estocada em câmaras frias ou nos portos. Se esse produto chegar ao mercado doméstico os preços da carne desabariam e ofereceriam um elemento com forte potencial de queda para o boi gordo”, apontou Iglesias.

Com isso, em São Paulo, a referência para a arroba do boi ficou estável em R$ 304 na modalidade à prazo. Em Goiânia (GO), a arroba permaneceu em R$ 290. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 302, estável. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 283, contra R$ 284 de segunda-feira. Em Uberaba (MG), preços a R$ 302, inalterada.

Atacado
Já no mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem acomodados. No entanto, a preocupação no momento faz menção a carne que aguarda para ser exportada. “Se por acaso ela for disponibilizada no mercado doméstico os preços tendem a recuar de maneira agressiva”, alertou Iglesias. Quarto dianteiro ainda é precificado a R$ 16,30. Ponta de agulha também permanece precificada a R$ 16,30, por quilo. Quarto traseiro ainda é precificado a R$ 21,50, por quilo.

Câmbio
O dólar comercial encerrou a sessão de hoje com baixa de 0,17%, sendo negociado a R$ 5,1760 para venda e a R$ 5,1740 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,15 e a máxima de R$ 5,21.

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