Facebook foi usado para tráfico de drogas e de pessoas, diz jornal


Os últimos dias não estão sendo fáceis para o Facebook com os vazamentos de documentos internos da empresa pelo The Wall Street Journal. Agora, foi revelado que funcionários da rede social estão preocupados com o uso do Facebook para a comercialização de drogas, tráfico humano e venda de conteúdo pornográfico. Além disso, a empresa não teria dado a resposta necessária para combater as postagens e contas envolvidas nesses casos.

Segundo os documentos, apesar do Facebook ter banido milhares de perfis, muitas contas permaneceram ativas, incluindo algumas pertencentes a cartéis de drogas do Médico. Nos outros vazamentos, foi dito que a plataforma agia com certa resistência ao remover perfis para não perder engajamento.

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Drogas e o Facebook

Além disso, em países como Etiópia, a plataforma foi usada como forma de promover violência contra minorias. No próprio México, a rede social foi um meio de convocadores de cartéis achar e recrutar candidatos.

O ex-vice-presidente do Facebook, Brian Boland, disse que dificilmente a plataforma faz um grande esforço para evitar a presença de traficantes de drogas ou de pessoas no ambiente e que isso é tratado apenas como um “custo de fazer negócios”.

Em resposta, o Facebook disse por meio de um porta-voz que “como o próprio Wall Street Journal deixa claro, temos uma equipe de especialistas que nos ajuda a descobrir padrões de comportamento prejudicial para que possamos interrompê-lo. Temos, sem dúvida, mais especialistas e recursos dedicados a este trabalho do que qualquer outra empresa de tecnologia de consumo no mundo”.

“Embora sempre haja mais que podemos fazer, essas equipes nos ajudaram a encontrar e desmantelar gangues e traficantes que operam em nossa plataforma. Usamos uma variedade de ferramentas contra organizações criminosas, incluindo designá-las de acordo com nossas políticas de organizações perigosas, revisão humana, uma ampla gama de interrupções de IA e rede”, completou ainda.

Mark Zuckerberg, CEO do Facebook
Frederic Legrand – COMEO/Shutterstock

Vazamentos do The Wall Street Journal sobre o Facebook

Os documentos do The Wall Street Journal revelaram recentemente que a rede social tem, por exemplo, noção de que o Instagram é um ambiente tóxico para adolescentes. Além disso, o artigo mostra que o cumprimento das regras na rede social não é igual para todos os usuários e que existem grupos que não são punidos. A plataforma ainda teria tido resistência em remover postagens falsas sobre a Covid-19 com medo de perder engajamento.

Após as revelações, o Facebook anunciou que gastou mais de US$ 13 bilhões em “segurança e proteção” desde 2016 e conta com mais de 40 mil pessoas trabalhando dedicadas a isso.

“No passado, não abordamos os desafios de segurança e proteção com antecedência no processo de desenvolvimento de produto. Mas mudamos fundamentalmente essa abordagem. Hoje, incorporamos equipes com foco específico em questões de segurança e proteção diretamente nas equipes de desenvolvimento de produtos, o que nos permite abordar essas questões durante nosso processo de desenvolvimento de produto, não depois dele”, diz uma postagem sobre segurança no blog oficial do Facebook.

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