Além da quebra de safra por causa da estiagem e de geadas em algumas regiões, a cigarrinha do milho foi um dos principais problemas dos produtores de milho de inverno no Centro-Sul do país. Para combater o ataque da praga, os agricultores tiveram também de enfrentar alta de custos na safra 2020/21, que está na reta final da colheita. A informação consta em relatório do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
A principal responsável pela alta de custos, indica o centro de estudos, é a praga da cigarrinha-do-milho, cujo controle, principalmente no Sul do país, foi mais custoso. No Centro-Oeste, os produtores, já “acostumados” com a praga, aproveitaram os defensivos utilizados contra percevejos para controlar também a cigarrinha.
O Cepea cita, por exemplo, que, na região de Cascavel (PR), onde a cigarrinha do milho deixou produtores em alerta, foram necessárias duas aplicações extras de defensivo na safra 2020/21 em relação à anterior. Essas duas aplicações extras, por sua vez, representaram alta de R$ 39,88 por hectare (ou de 0,58 saca/hectare) nos custos. “Nesse cenário, os agricultores paranaenses investiram 3,05% do Custo Total (CT) da atual safra no combate à praga, contra 2,24% na safra anterior”, diz o Cepea.
Já em Chapadão do Sul (MS), também houve aumento médio de duas aplicações do defensivo e, consequentemente, acréscimo de R$ 201 por hectare (ou de 2,62 sacas/hectare) nos custos. Assim, 4,94% do Custo Total foi utilizado para a compra dos agroquímicos na safra 2020/21, contra apenas e 1% em 2019/20.