Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) poderia crescer 41% caso um eventual tratado de livre comércio entre os Estados Unidos, o Brasil e países do Mercosul fosse firmado. O estudo aponta ainda que a aproximação comercial poderia permitir um crescimento das exportações brasileiras equivalente a R$ 52 bilhões de dólares até o período de 2035.
O autor do estudo, Fernando Ribeiro, observa que as barreiras não-tarifárias têm mais relevância para a economia do que as tarifas propriamente ditas. “Isso tem a ver com uma série de medidas nas aduanas, medidas fitossanitárias e barreiras técnicas. Há muito espaço para que o Brasil e os EUA possam negociar nessas barreiras para aumentar o seu fluxo de comércio”, afirma Ribeiro.
Segundo ele, o papel do agronegócio nesse estudo está na demonstração do potencial de crescimento no comércio entre os dois países. “O Brasil pode importar mais etanol e outros produtos agrícolas. Existe muito potencial de crescimento nessas áreas”, afirma.
“Houve sempre muitas restrições do lado brasileiro, por conta da concorrência das empresas americanas, que são mais competitivas, então não é muito provável que possa haver, no curto prazo, um acordo comercial entre os dois países, como foi feito no ano passado. Vai se estimular o investimento dos EUA no Brasil”, observa.
Sobre a China, Ribeiro comenta que o país é importador de commodities. “Em geral, é diferente do que a gente vende para os EUA. É muito difícil comparar os dois países. É impostante que o Brasil saiba equilibrar a necessidade dos dois mercados”, pondera o especialista.