A cantora Preta Gil, que foi diagnosticada com um tipo de câncer colorretal, compartilhou em uma entrevista ao programa Mais Você, da TV Globo, os sinais que a fizeram suspeitar de que algo não estava bem com sua saúde.
Dentre os sintomas mencionados por ela, destacam-se a constipação intestinal intensa, com relatos de até 10 dias sem evacuar, e a presença de fezes achatadas, com muco e sangue. O Dr. Virgílio Souza, oncologista especializado no tratamento de tumores gastrointestinais do A.C.Camargo Cancer Center, em São Paulo, confirma que esses são, de fato, sinais importantes do câncer de intestino.
O formato das fezes pode ser alterado devido à compressão do tumor na saída do intestino, resultando no achatamento observado pela cantora. Outra possibilidade é o afinamento das fezes. Portanto, qualquer mudança nesse aspecto merece atenção especial. O médico ressalta a importância de observar as fezes como um indicativo de problemas de saúde.
Além das alterações no formato das fezes, é essencial verificar se há presença de muco e/ou sangramento, inclusive ao se limpar após evacuar. Muitas vezes, os pacientes podem ter tido hemorroidas anteriormente e subestimarem um sangramento, o que não deve ser negligenciado. Mudanças no padrão de evacuação, como prisão de ventre mais intensa ou diarreia persistente, também exigem cautela.
O oncologista destaca outros sintomas como sensação de evacuação incompleta, estufamento abdominal, dor abdominal, fadiga e perda de peso. Durante a entrevista, Preta Gil mencionou que experimentou episódios de pressão alta e dores de cabeça. Esses problemas podem estar relacionados aos sintomas da doença e não diretamente ao tumor.
Dor de cabeça pode surgir devido à anemia provocada pelo sangramento, por exemplo, e os picos de pressão podem ser resultado da ansiedade gerada pela dor abdominal.
O diagnóstico precoce é fundamental para um tratamento bem-sucedido. Mesmo que o indivíduo não apresente sintomas, é recomendável realizar exames de rastreamento a partir dos 45 anos, como a colonoscopia, para identificar lesões pré-malignas, como os pólipos, que podem evoluir para câncer, ou detectar um tumor já existente. Em casos de histórico familiar desse tipo de câncer, é indicado iniciar o rastreamento antes dos 45 anos.
É importante ressaltar que, quando a doença é detectada precocemente, as chances de cura chegam a 90%.
Quanto à prevenção, o câncer intestinal está fortemente ligado ao estilo de vida. Cerca de 80% a 90% dos casos estão relacionados aos hábitos diários.
Nesse sentido, o Dr. Souza destaca a importância da alimentação, enfatizando a necessidade de evitar o consumo excessivo de carnes, alimentos ultraprocessados, defumados e enlatados, além de ingredientes pobres em fibras. É recomendado priorizar o consumo de frutas, verduras, legumes e grãos integrais.
