A atriz Cassia Kis foi expulsa do grupo de Whatsapp de moradores do condomínio Ecovila Clareando, localizado entre os municípios de Piracaia e Joanópolis, no interior de São Paulo, onde a atriz tem uma casa.
O ato se deu pelas falas consideradas homofóbicas que foram ditas por ela em entrevista à jornalista Leda Nagle. Vizinhos da intérprete de Cidália em Travessia emitiram um manifesto em que repudiaram as falas da atriz. “Infelizmente, em pleno 2022, ainda precisamos combater veementemente afirmações repletas de ignorância, preconceito e discriminação”, diz a nota.
Condôminos afirmam que a decisão pela expulsão foi tomada por maioria de votos após o caso entrar em discussão. Segundo eles, a postura que Cassia tem tido publicamente, com apoio a manifestações golpistas e falas preconceituosas, vai contra os princípios do local.
Fontes teve acesso ao manifesto na íntegra. Os condôminos dizem ter “direcionamento de preservação da vida”. “Logo, tal preconceito se posiciona em completo desalinho com nossos valores de respeito a toda e qualquer existência”, pontua o comunicado.
Em seguida, moradores reforçam o repúdio às declarações de Cassia: “Infelizmente, em pleno 2022, ainda precisamos combater veementemente afirmações repletas de ignorância, preconceito e discriminação. E, apesar do desgaste e tristeza por debater temas tão elementares, reafirmamos o óbvio –o direito de amar, o direito de se casar e, sobretudo, o direito de existir–, o fazemos agora, e faremos sempre que necessário”.
Para os condôminos, as falas de Cassia Kis, uma pessoa pública, podem contribuir para que a situação da comunidade LGBTQIA+ piore no Brasil. Por conta disso, o grupo optou pela expulsão de Cassia do grupo do WhatsApp. Ela também pode sofrer um processo jurídico por conduta inadequada e ser convidada a se retirar do condomínio.
Essa é a terceira leva de denúncias que pessoas próximas a Cassia Kis fazem. Recentemente, como informou jornalistas e um grupo de atores, atrizes e produtores denunciaram a atriz de 67 anos para o compliance da Globo, a acusando de ter comportamento inadequado.
Veja a íntegra do comunicado dos vizinhos de Cassia Kis:
“Ao tomarmos conhecimento, por meio da mídia, das declarações da Sra. Cassia Kis, nós os moradores/proprietários signatários do Ecovia Clareando, local onde ela também possui residência, vimos a público externar nosso mais profundo repúdio às ofensas proferidas em live à jornalista Leda Nagle, contra pessoas com orientações sexuais ou de gênero diversas, ocasião em que a Sra. Cassia relacionou a existência de homossexuais à destruição das família.
Por sermos uma comunidade intencional, mantemos direcionamentos de preservação à vida, manifestos em nosso Estatuto e Manual de Acordos Comunitários, que disciplinam a convivência em nossa comunidade. Logo, tal preconceito se posiciona em completo desalinho com a nossa, com nossos valores de respeito a toda e qualquer existência.
Além disso, entendemos que tais discursos, extensamente publicizados pelas mídias e redes sociais, proferidos por pessoas com influência nos meios de comunicação, como é o caso da Sra. Cassia Kis, reforça o preconceito contra a comunidade LGBTQIA+, já tão forte e muitas vezes fatal em nosso país.
Infelizmente, em pleno 2022, ainda precisamos combater veementemente afirmações repletas de ignorância, preconceito e discriminação. E, apesar do desgaste e tristeza por debater temas tão elementares, reafirmamos o óbvio –o direito de amar, o direito de se casar e, sobretudo, o direito de existir–, o fazemos agora, e faremos sempre que necessário.
Portanto, os moradores/proprietários da Ecovila Clareando, por meio deste manifesto, reafirmam o respeito às individualidades de seu coletivo, o respeito para que cada um exerça em sua plenitude o direito inalienável de viver e de amar, sem racismo, homofobia, capacitismo, misoginia, preconceito de religião, preconceito etário, de classe social, etc.
Acreditamos no poder da educação e enfatizamos que atos como esses, no seio da comunidade, podem ter consequências graves para quem decidir ir por este caminho”.